Mensagem
por ivnn » 01 Nov 2017, 10:52
Dá. Esse crossplane da Yamaha significa fazer o virabrequim com angulação tal que:
Deixe a energia cinética total do conjunto dos pistões o mais constante possível.
Nesse conceito não há restrição ao número de cilindros. Com dois ou mais faz-se isso. Só não dá com mono.
Com dois cilindros, crossplane significa que quando um pistão está num extremo (e, portanto, com velocidade instantânea zero), o outro cilindro está no meio do curso, com velocidade máxima.
Ao fazer isso, durante a rotação do motor os pistões e bielas trocam energia cinética entre si, e não ficam produzindo uma (pequena) flutuação na velocidade angular do motor. Quando não é crossplane (por exemplo, GS1200), na hora que os dois pistões aceleram juntos e ganham energia cinética, esta vem da rotação do motor, que tem que desacelerar um tiquinho para ceder essa energia aos pistões e bielas. E o reverso acontece quando os pistões desaceleram no fim de curso, cedendo suas energias ao motor e acelerando-o levemente. O efeito dessa flutuação de velocidade angular é pouco perceptível para mortais como eu, mas para situações competitivas e pilotos profissionais, essa pequena flutuação aparece como um dos fatores limitantes de aderência em acelerações de saídas de curva.
Por outro lado, precisa de um pouco mais de massa excêntrica girante para balancear um crossplane. Ganha (pouco) de um lado, perde (também pouco) de outro.
Mas não vejo uma razão de porque um crossplane seria mais difícil de pegar que um motor normal. Provavelmente a razão da dificuldade é outra.