Vento Lateral - Relato

[Frederico]

Então galera. Fiz uma viagem muito legal com um amigo meu. Ele tem uma Kawasaki er-6n e eu uma Tenere 250. Saímos de São Leopoldo/RS e fomos até o Chuí/RS. Ida e volta totalizaram 1100 Km feitos em uma sexta (14/09) e um sábado (15/09).
A ida (sexta) foi sem problemas. Parávamos a cada 1h ao longo das intermináveis retas. A Tezinha se comportou bem. Ultrapassávamos carros e caminhões sem problemas (inclusive fiquei impressionado com a retomada da Tezinha na faixa de 90 até 120 Km/h). No sábado de manhã fizemos algumas compras nos conhecidos Freeshops no Uruguai. Coloquei no meu alforje da Texx um Barril da Cerveja Paulaner 5 litros (hehe, sim, trouxe um barril de cerveja na moto), um Johnie Walker Blacklabel, um Jack Daniel de 500 ml e outras coisinhas que não agregaram muito volume nem peso. Claro que o alforje estava bem preso além de colocar mais duas redes elásticas prendendo o alforje para garantir a fatura.

Sabíamos que iria chover durante o final da tarde de sábado e durante todo o domingo. Desta forma, saímos ao meio dia do Chuí ainda com tempo bom. Quando passávamos por Rio Grande, faltando ainda uns 300 Km para chegarmos novamente em São Leopoldo, o mundo começou a desabar. A chuva chegou antes que o esperado e como sabíamos que a partir daí o tempo só iria piorar, seguimos adiante. Quando passávamos por Pelotas, em algumas regiões de campo aberto, planas e com a estrada quase sem curvas começou a ventar muito. Era um vento lateral muito forte. Andávamos a uns 100 Km/h quando a primeira rajada chegou. Tive que inclinar o corpo como se estivesse fazendo uma curva para a esquerda para manter a moto andando reto! A partir daí houve rajadas curtas que faziam a moto ficar bem instável. Chegou um momento que eu parei para ver se não havia algum pneu murcho ou coisa do tipo para explicar tamanha instabilidade. Andei mais um pouco e mais uma vez aconteceu uma rajada que desta vez me empurrou para o acostamento (que perigo!). A partir daí baixamos a velocidade até pararmos em um posto. A partir daí o vento acalmou, mas a chuva nem tanto.

O mais chato de tudo é que o meu amigo com a Kawasaki não teve problemas com o vento como eu tive: peso maior (200 Kg + carga) e centro de gravidade mais baixo enquanto eu com a tezinha passava por apuros: moto mais leve (155 Kg + carga) e centro de gravidade mais alto. Creio que a posição exata do centro de gravaidade de cada modelo de moto deveria ser declarado pelos fabricantes com mais exatidão. Alguém sabe de algum comparativo sobre isso?

Grande Abraço!

[sidneyt]

Bom Dia Frederico, não tem como fazer a comparação com a Kawasaki, moto projetada para maiores velocidades; além de nossas té serem motos altas, relativamente maneira, a sua ainda tinha os alforges que contribuem para desestabilizar a moto durante uma forte ventania. Antes da té tive uma xt 600 e quando batia um vento muito forte na lateral ela também ficava instável, principalmente quando estava com um Bauleto de 45lt.

Abraços,
Sidneyt

[Nelson S]

É assim mesmo, com a Lander é a mesma coisa, vento lateral é uma verdadeira tortura hehehe, motos altas e leves a ação do vento é maior mesmo.
abs.
Nelson

[barraforte]

Fazendo aqui um comparativo meio besta, mas com uma CG seria impossível se aventurar. Já é complicado ultrapassar caminhões, eles te sugam, tudo isso por ser uma motoca leve, apesar de não ser tão alta.

Primeiro pelo peso da moto, e segundo, que ao olhar a silhueta (não veja tanto o centro de gravidade) das duas motos, é fácil perceber que a Ténéré além de mais alta, deixa o piloto mais ereto, e isso ajuda e muito para a ação do vento, enquanto na ER favorece uma posição mais deitada, moto e piloto formam um bloco só.


Tem que tomar muito cuidado ao compensar o vento lateral, quando ele para subitamente, você ainda estará compensando, e ai, pode te levar para a faixa contrária.

ABS

[Geovane_Sta Cruz]

Prezado, nesta mesma data me dirigi daqui de Santa Cruz do Sul em direção à Carlos Barbosa, Barão e Salvador do Sul com a Té 660. No retorno, à tarde, por volta das 16h, pela RST 453 (Rota do Sol) peguei bastante rajadas de vento. De fato a Té sentiu a ventania. A alternativa foi reduzir em descer a serra em torno de 70 Km/h. Estava sem alforges, apenas uma malinha traseira. Fazer o que.

[alexandrepalhynha]

vento forte derruba as grandes speed tambem, se o cara for novato. afeta menos a moto mas ela está normalmente andando rapido entao a trajetoria final altera bastante. inclusive me passaram na estrada e depois encontrei os mesmos tirando uma do meio do mato, estrada aberta, rajadas a toda hora. eu estava de custom pesada e baixinha, nao andava mas nao parava hehe.
vento vira ate carretas carregadas. voces ai no RS que o digam, como que chama o tal vento dos pampas? minuano?

[Kakko]

Pelo que já presenciei e senti...os ventos laterais afetam qualquer tipo de moto.

Claro que quanto maior for a área de exposição, maior será a força ( efeito vela ).

Já viram caminhões tipo baú tombar por causa dos ventos ?? É comum acontecer .

No caso das motos, o ideal é reduzir a velocidade, e compensar na direção.....ou ainda parar e esperar melhorar.

[Frederico]

Valeu pelos comentários pessoal!

Pelo que vejo dos comentários a questão do vento lateral é inerente ao estilo da Tenere 250 e muitas outras inclusive de maior cilindrada (como comentou o Geovane de Santa Cruz). C'est la Vie!

Creio que a silhueta (como comentou o Barraforte) também é muito importante. No caso seria melhor ter alforjes laterais ao invés do central (em cima do banco) pos assim a silhueta diminue, diminuindo assim a area de ataque do vento.

Só resta mesmo é reduzir a velocidade (ou parar) e esperar passar.


Abraço,
Fred

[kablack]

Assim?

[kablack]

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