A diferença entre os bancos é enorme. Mas tem que ir pra estrada para perceber. Então, por partes:
Conheço o banco Erê desde os meus tempos de XT. Quem já teve XT sabe que o banco original é terrível (talvez o da Tornado seja pior, mas aí são categorias diferentes). Comecei usando o Erê na XT em viagens mais longas, depois deixei instalado definitivamente.
O conceito do Erê é de sela, não de banco. Ou seja, você fica sentado, e não montado. E as diferenças são grandes, principalmente se você considera uma média de 600 km por dia em longas viagens.
O banco original da Té não se compara ao da XT, é infinitamente mais confortável. Para o dia a dia, é excelente. Mas para ir mais longe ainda recomendo o Erê. Vejam a diferença de área "bundável".
Aqui, a largura do banco original:
![](https://lh3.googleusercontent.com/-yq-YFjeq-lM/U5mtixwiCMI/AAAAAAAABf0/yo4-fhTgIMA/w958-h539-no/20140612_103855.jpg)
E aqui, a largura do Erê:
Observando bem, dá para ver que a diferença entre as áreas realmente ocupáveis chega perto de 12 cm. É muita coisa. A partir do segundo dia, a bunda agradece.
Mas quem está interessado precisa estar ciente de algumas coisas. Primeiro, o Erê é um banco artesanal. Ou seja, o processo de fabricação pode dar margems a desvios meio incômodos no padrão. As costuras do meu são meio tortas, por exemplo. E vejam o que aconteceu quando fui instalar:
O banco tem dois encaixes frontais, um que pega na base do tanque e outro que vai naquela "cabeça" em forma de parafuso que fica mais para cima. O encaixe que segura de verdade é o da base. Mas quando fui instalar não me toquei para o fato de que o banco ainda não estava com a curvatura ideal para encaixar nos dois pontos. Resultado: encaixei apenas no parafuso de cima e o banco "saltou" para fora da posição. Com isso, quebrou o encaixe frontal:
Como já estou acostumado com esse tipo de ajuste, parei, pensei e... colei com Durepoxi, é claro. Vejam o resultado:
![](https://lh5.googleusercontent.com/-hHbbBom7-MI/U5mtXyV22XI/AAAAAAAABhU/RRcc7z3EKuM/w958-h539-no/20140612_103805.jpg)
O conserto ficou bom (melhor que o original) e, depois de alguns dias, o banco assumiu o formato da moto e ficou mais fácil de colocar e retirar. Mas nos primeiros dias dá mais trabalho, mesmo. Atenção, é preciso encaixar principalmente na base do tanque!
Pra finalizar, o Erê, pelo menos na versão que eu comprei, tem umas sobras laterais que acabam afastando um pouco as pernas quando eu apoio os pés no chão. Tenho 1,80 e sinto que o equilíbrio fica um pouco mais complicado. Observem como o banco é mais gordinho que a silhueta da moto:
![](https://lh3.googleusercontent.com/-f5c6zUkNtC8/U5m2819I5OI/AAAAAAAABgw/Mi1shHYN4Rs/w958-h539-no/20140612_111916.jpg)
![](https://lh3.googleusercontent.com/-3EseZuw6lE8/U5m3DpmTR_I/AAAAAAAABg8/VfckWbMz7L8/w958-h539-no/20140612_111942.jpg)
Mesmo com todas essas imperfeições de projeto, não abro mão do Erê para meu tipo de uso (estrada). O que realmente conta, nesse caso, é o espaço para sentar. Mas acho que no dia a dia os ganhos também são grandes.
No dia 26 de dezembro estarei de partida para Ushuaia e conto muito com ele para enfrentar 28 dias em cima da Teneré. Aqueles centímetros a mais na largura fazem toda a diferença do mundo.
Para finalizar, as alturas dos dois bancos são as mesmas. O Erê pode até ser um pouco mais baixo, mas o fato de ser gordinho anula essa diferença.
E tudo que eu escrevi aqui se refere a viagem solo. Não tenho experiência sobre viagem com garupa.
Abraços a todos, espero ter ajudado.