Gente, esse negócio de puxar para a direita é o seguinte:
Essa foto não é ideal (não achei uma foto ideal e estou com preguiça de fazer uma agora) mas dá para mostrar o ponto importante: A roda da tê está, normalmente, um pouco descentrada nas bengalas. Olhando direto pela frente, a roda fica mais perto da bengala direita que da esquerda. A minha Te é assim; olhando de frente com a roda bem alinhada com seu olho, é nítida a descentragem.
Uma vez observado isso, a solução é simples:
Observem que o peso da frente da moto (vetor em azul) é transferido para as duas bengalas. Se a roda não está exatamente no centro, porém está um pouco à esquerda (ponto de vista do piloto), a bengala esquerda receberá um pouco mais de peso, e a direita menos.
Observem que a bengala recebe o peso dividida em dois componentes (traçados em verde). Essa divisão é dada pelo ângulo de caster, que é importante para conferir estabilidade à moto:
- uma componente pura de compressão da bengala;
- uma componente perpendicular à anterior que produz um momento na mesa.
Essa segunda força tem o poder de virar o guidão. Com respeito aos rolamentos da mesa, essa força, vinda da bengala direita (do piloto), tende a girar o guidão no anti-horário. Vinda da bengala esquerda, tende a girar no horário. Era para se cancelarem, se fossem iguais.
Mas como a roda está um pouco fora de centro, para a esquerda (do piloto), então não se cancelam totalmente; a bengala esquerda recebe um pouco mais do peso e o guidão tende a puxar para a direita.
Para "consertar" isso aí não sei se dá. Eu se que há uma certa tolerância para as posições dos rolamentos no cubo, ou seja, se ao invés de montar os rolamentos que nem todo mundo (soca o rolamento até o fundo do cubo) a gente afundasse o rolamento interno apenas o suficiente para a montangem do conjunto, talvez a roda ficasse centrada. Na minha próxima troca de rolamentos (vai demoraaaar) eu digo se resolve, se ninguém tiver tomado a iniciativa antes.